sábado, 28 de setembro de 2013

Aprendendo a andar à 4 pernas


                Aos 21 anos, me sinto novamente como criança. Uma sensação que é um misto entre sentir-se estranho e sentir-se feliz. Como uma boa criança, descobri que preciso (re)aprender inúmeras coisas e que, como grande aliado, tenho esses olhos que parecem enxergar além, que me permitem ver coisas que normalmente eu ignoraria ou não veria, mas não vou me estender, não ainda.
                Estou tendo que aprender a falar: de modo que não te machuque e do modo que minhas palavras sejam claras, que demonstrem  o carinho e o amor que tenho por você do melhor modo possível, afinal as palavras são um dos poucos modos que conheço de dizer que a amo.
                Voltei a aprender a olhar: os pequenos sinais que você me dá quando está incomodada e que quebram o meu egocentrismo, preciso lembrar que você agora faz parte de mim, da minha rotina, da minha vida e que é preciso perceber os momentos de parar e de continuar. Também estou aprendendo a ver a beleza nos seus pequenos atos, pena que esse é um universo particular que pouco posso compartilhar com as pessoas, levaria um livro inteiro para tentar fazer as pessoas entenderem que o modo como você sorri é único e, além disso, perfeito.
                Aprendi a dividir e guardar: dividir emoções, dores, felicidades, tristezas, momentos e lembranças. Guardar segredos que são nossos, momentos que as outras pessoas não irão entender.

                Por fim, aprendi a andar: não só com as minhas duas pernas, mas com as 4 que agora temos. Sempre andando para frente, no mesmo ritmo, compartilhando o que está no caminho, afinal, não me importa muito o final da história, mas sim as coisas que estamos vivendo durante todo esse trajeto...

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