quarta-feira, 3 de junho de 2015

Death Puppets


A família real trazia prosperidade para aquele reino, o rei era uma figura bondosa e com uma visão acima do seu tempo: as decisões eram certeiras e claras. A rainha não era só sua figura de apoio, mas também excelente diplomata e estrategista, firmava acordos com uma facilidade impressionante sempre nas ocasiões certas. O reino podia se vangloriar da sua economia, cultura e desenvolvimento.
Os cinco resolveram tornarem-se cavaleiros reais, primeiro porque amavam o lugar onde nasceram, depois porque desejavam proteger a família real para que eles continuassem fazendo o reino prosperar daquela forma. Foi uma decisão que partiu do coração dos cinco amigos. Não foi um caminho fácil, ele foi árduo com vários momentos em que pensaram em desistir, mas a determinação era gigante e, quando perceberam, eram a única e exclusiva guarda real.
Mas seus afazeres não eram apenas os de escolta e proteção da família real, tinham como principal tarefa vigiar e proteger a jovem princesa. Não era algo fácil: ela era mimada e não gostava de ser contrariada, forçava os cavaleiros a cumprirem as suas vontades. Inclusive, eles aprenderam a cantar para satisfazer um desejo sórdidos da jovem princesa. Eles a viam como um grande contraste ao rei e a rainha, ela parecia ter nascido com algo diferente, um desejo obscuro e parecia divertir-se em comandar daquela forma subversiva e abusiva.
O tempo passou e aquela personalidade obscura da princesa aumentava, os cavaleiros eram humilhados e obrigados a tentarem cumprir tarefas impossíveis. Conseguiram uma audiência com o rei, que apenas deu ouvidos a filha que se fez de inocente, culpando ainda mais os cavaleiros. Só eles conseguiam enxergar aquele sorriso            malicioso na face da princesa.
Em um dia qualquer, algo aconteceu, algo bem ruim aconteceu. O castelo foi invadido por uma névoa negra e a vida de todos presentes foram sendo sugadas de seus corpos, uma a uma. Os cavaleiros não estavam prontos para combater aquilo, o que eles fariam? Tentaram evacuar as pessoas do castelo enquanto ouviam o som de uma risada conhecida e maléfica as suas costas. Tudo escureceu.
O corpo já não respondia como antes, a visão era limitada e os pensamentos nublados. A voz não saia com o comando, as pernas não andavam, eles conseguiam se enxergar e se reconhecerem, os cinco estavam lá. Mas o que tinha acontecido?
Assustaram-se ao verem que os cinco estavam mortos, não apenas isso, tinham se tornado zumbis. Ainda assim, havia algo a mais, não conseguiam se mexer por vontade própria ou sentir qualquer coisa.
Algo os fez se mover, uma espécie de cordão invisível parecia puxá-los para o centro do castelo. Andaram em passos débeis e lentos, contra a própria vontade. Vislumbraram a princesa, sentada no trono de seu pai. Tudo ao redor eram pilhas de corpos completamente sem vida.
- Cantem para mim.

Foi a ordem fria e crua. Eles começaram a cantar contra a sua vontade e assim permaneceriam, como marionetes do mal que foi se instalando silenciosamente no reino.

Imagem: The choir of the dead
Artista: Gary Laib

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Writing Prompt #2



Adventurer

                Há muitas vantagens em ser um aventureiro, ainda mais quando se tem o infinito do espaço como limite. Existem tantas regiões impressionantes a serem visitadas, tantos cenários mágicos a serem vistos e registrados, tantas criaturas impressionantes para conhecer (vide Tobby, esse pequeno cão alienígena que se tornou a minha melhor companhia). É um trabalho que muitos sonham ter, mas, ultimamente, o conteúdo dos meus sonhos tem sido outro...
                Sonho com a Terra e com uma casa simples. Parece um sonho pequeno, afinal, quantas pessoas não têm isso? Pois é, é um sonho pequeno, mas é algo que me abre um buraco no peito. Eu vi e tenho coisas que nenhuma outra pessoa já viu ou teve, armas alienígenas, tecnologia de outros mundos e nenhum limite.
                Mas não tenho um lar para retornar...
                Toda vez que me vejo deitada, penso no que ficou para trás, penso na minha família e em como o meus sobrinhos devem estar crescendo, nas reuniões familiares com churrasco que devo estar perdendo e na sensação de voltar para casa e ter alguém te esperando. Nunca pensei que sentia falta dessas coisas, nunca pensei que, apesar de ter tudo, eu precisaria de alguém para compartilhar tudo isso que eu vivo.
                Por enquanto, tenho o Tobby e continuo caminhando na esperança de um dia retornar para a casa, depois de cumprir toda essa missão. E lá estarão os churrascos, meus sobrinhos, minha família e muitos abraços calorosos, nós nos sentaremos e comeremos enquanto eles ouvem minhas histórias...

                Imagine a cara do pequeno Hans quando ouvir sobre aquela vez em que eu enfrentei um exército de alienígenas assassinos...


Imagem: Space Botanist
Artista: Duke

domingo, 10 de maio de 2015

Writing Prompt #1


Um estranho em um lugar estranho

                Como começar a contar a saga que vivi? Ah, lógico, do começo! Vamos lá.
                Meu nome é Zoenor, sou do planeta KZ25 afastado da sua querida Via Láctea e desde sempre eu quis explorar novos mundos. Depois de ser escolhido para tal função, me aventurei por mundo e galáxias a fora, conhecendo planetas novos, seres novos e...
                Bom, um certo dia eu vim para a Terra, só não esperava uma órbita com tanto lixo espacial e uma atmosfera com tanto atrito, o resultou foi a destruição de parte da minha nave que aterrissou forçadamente em um lugar pacato. Por sorte, sai ileso da queda e fui procurar alguma civilização em meio a tantos pastos, encontrei uma pequena cidade após caminhar algumas horas .
                Fui recebido de modo cordial: tiros, facadas e tentaram me colocar fogo algumas vezes. Realmente achei o povo da Terra bem simpático com visitantes. Tentei conversar com algum deles, mas parece que eles estavam enfurecidos demais para tentar conversar. Será que minha nave destruiu alguma coisa sagrada na queda? Bom, não saberei. O fato é que todas essas “armas” são primitivas e de nada fizeram com o meu corpo, o que os deixou ainda mais espantados.
                Mantive a calma e tentei ser cordial e diplomático. O que eu ganhei foi uma prisão de alguns meses e tentativas de me furarem, cortarem e etc. Nada foi efetivo e eu sempre mantive a calma. O vocabulário é algo simples e em poucas semanas, eu já conseguia me comunicar. Convenci a eles que não estava ali por mal e só queria voltar para a casa. Eles comentaram de algum filme chamado E.T. e pareciam mais calmos e até mesmo disposto a me ajudarem.
                Acabei tendo muita sorte, tanta que esse planeta é tão primitivo que não consegui consertar nenhuma parte da minha nave, restou pedir por auxílio e esperar. Enquanto isso, aprendia da cultura e costumes daqueles seres. Comecei a falar como eles, me vestir como eles e, não posso negar, a comida daqui é sem igual.
                Eles foram me aceitando aos poucos, se acostumando a presença estranha do meu ser. A cidade era tão pequena e pacata que acabei conhecendo a quase todos, logicamente, todos me conheciam também. Me apelidaram de Zoe e faz quase 1 ano que estou aqui.
                Hoje, estou tomando um café da manhã. Adoro café, ovos e bacon, uma combinação perfeita para começar a manhã. Parece que um pai e filho estavam de viagem e pararam no mesmo local. O pai sempre ocupado não me notou, mas o filho apontou para mim e gritou: “Olha, papai! Que bixo estranho!”.
                Olhei para o redor e vi que estavam apontando para mim. Mas como podiam me achar estranho? Eu estava todo vestido e...ah, lógico! Peguei o chapéu que estava sobre a mesa e coloquei-o na cabeça. Agora sim, eu estava me vestindo normalmente. Voltei-me ao garoto e dei-lhe um sorriso, ele acenou com as mãos e o pai dele pareceu não gostar muito daquilo. Acabei ouvindo-o cochichar algo com a balconista e ir embora.
                Tomei o meu café com calma e saí para as ruas. Uma enorme sombra tomou o lugar e vi naves e mais naves do meu planeta chegando. Demoraram 1 ano para me acharem e lerem a minha mensagem: “Planeta de fácil conquista e bons recursos”. Bom, onde eu estava? É mesmo, meu chapéu vou levá-lo comigo porque ele me deixa muito "estiloso", como uma pequena recordação...

Imagem: Guess Who's coming for dinner.
Artista: CoolSurface

Writing Prompts

Oi, pessoal :D

Eu e a Damsel in Blue decidimos começar um exercício novo e vamos aproveitar o (morto) blog para isso. Encontramos uma ideia que tem circulado na internet chamado "Writing Prompt", mas o que é isso?
Bom, Writing Prompt são imagens ou ideias prontas e vagas lançadas para as pessoas escreverem sobre. É um bom exercício para quebrar aquela coisa da "cãibra do escritor" e escrever sobre novos gêneros. Por esse motivo, vocês verão textos de gêneros que nós nunca nos arriscamos a escrever e, o mais legal de tudo isso, verão o mesmo Writing Prompt escrito por duas pessoas diferentes.
Espero que gostem, pois nós nos divertiremos muito fazendo isso!

By: Fake Angel

terça-feira, 14 de abril de 2015

A escada para o sonho

Quando perguntamos à crianças o que elas querem ser quando crescerem, a resposta é rápida e na ponta da língua: médico, astronalta, professor e etc. Se perguntarmos o por quê daquela escolha, elas nos dirão: é para fazer a diferença no mundo.

Crescemos e conhecemos mais do mundo, passamos por várias experiências que vão moldando as nossas escolhas. Esquecemos do nosso sonho de criança e começamos a formular novos planos, pensamos em construir uma escada para o sucesso. Afinal, ter um bom emprego e uma segurança financeira parece uma boa coisa.

Chegamos nas horas das decisões: escolha da faculdade e escolha da profissão. Momentos difíceis e tantas opções acabam por nos assustar. Então resolvemos apostar no seguro ou naquilo que nos dará um futuro. Estamos construindo nossa escada ao topo aos poucos.

Mas no meio do caminho paramos e esse é um momento importante. Quantas vezes olhamos para trás? Poucas. E o que vemos quando fazemos isso? É ainda mais difícil encarar isso.

Então, eu paro no meio da subida e me pergunto: desde quando eu deixei de acreditar?

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Se um dia eu me esquecer

Nos momentos escuros, adentramos um período longo em que a noite toma todas as cores. Perdidos, seus olhos não enxergam o que está em frente e muito menos o chão. Mas logo logo o dia nasce e junto a ele enxergamos o céu completamente azul, para nos lembrar que, ao menos essa cor, sempre estará te acompanhando, assim como a dama que carrega o seu nome.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Saudades do Azul



Digo que sinto falta do azul. Podem me questionar que é uma falta sem sentido, como se sente falta de uma cor?
Digo-lhe que não entendem como é sentir falta de uma cor.
Logo dizem que o azul é abundante por aí. Existem vestidos azuis, o mar é azul e o céu cobre todos os lugares e é de um azul lindo.
Eles não entendem nada da falta que eu sinto.
Eu sinto falta de um azul que tem um sorriso terno e carinhoso, independente da situação. Um jeito alegre em excesso que não causa desconforto, pelo contrário, contagia quem está em volta. Um modo de abraçar tão apertado e tão doce que nunca se quer sair daquele lugar. O azul da companhia e que compartilha suas mais loucas idéias e...
E...sabe como uma paleta de um pintor faltando a cor que dará o toque final?
Falta o azul que me inspira nessa minha paleta imensa chamada imaginação.

Sinto sua falta, amiga, companheira e inspiradora.
Para: Tori