domingo, 23 de setembro de 2012

Build the Music

Crédito da imagem: Luiza Prado

  O motivo do título? Não sei, mas foi isso que veio em minha cabeça quando vi a imagem.

  O violinista às vezes sofre por não se fazer entendido. A música assim como a própria pessoa se constituem em enigmas que poucos entendem, as vezes nem mesmo ele consegue entender o próprio enigma. O fato é que surgem coisas daí, surge a arte, surge a música, surgem tantas outras coisas. Como se as peças desse enigma urgissem para se expressarem, pouco a pouco numa tentativa de se fazerem claras.
  Porém essa urgência também corrói o violinista. O corrói pelo motivo inverso, essa tentativa de se expressar se torna cada vez mais nebulosa aqueles que o vêem, pior, torna-se cada vez um ato solitário já que ele não se faz entender.
  Recolhido em ruínas, o som do violino ecoa sobre as paredes frias do concreto, aquele que resistiu ao tempo, a destruição e ainda encontra-se de pé. E assim quer que seja a sua arte, que se faz ouvir ao ancião para que ele também grave em suas paredes o som, para que ele também seja eterno, para que ele também tenha o seu lugar...

[Vejo que cada vez mais eu sou o violinista, tornando-me cada vez incompreensível perante aos outros e a mim]

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