Aos 21
anos, me sinto novamente como criança. Uma sensação que é um misto entre sentir-se
estranho e sentir-se feliz. Como uma boa criança, descobri que preciso
(re)aprender inúmeras coisas e que, como grande aliado, tenho esses olhos que
parecem enxergar além, que me permitem ver coisas que normalmente eu ignoraria
ou não veria, mas não vou me estender, não ainda.
Estou
tendo que aprender a falar: de modo que não te machuque e do modo que minhas
palavras sejam claras, que demonstrem o
carinho e o amor que tenho por você do melhor modo possível, afinal as palavras
são um dos poucos modos que conheço de dizer que a amo.
Voltei
a aprender a olhar: os pequenos sinais que você me dá quando está incomodada e
que quebram o meu egocentrismo, preciso lembrar que você agora faz parte de
mim, da minha rotina, da minha vida e que é preciso perceber os momentos de
parar e de continuar. Também estou aprendendo a ver a beleza nos seus pequenos
atos, pena que esse é um universo particular que pouco posso compartilhar com
as pessoas, levaria um livro inteiro para tentar fazer as pessoas entenderem
que o modo como você sorri é único e, além disso, perfeito.
Aprendi
a dividir e guardar: dividir emoções, dores, felicidades, tristezas, momentos e
lembranças. Guardar segredos que são nossos, momentos que as outras pessoas não
irão entender.
Por
fim, aprendi a andar: não só com as minhas duas pernas, mas com as 4 que agora
temos. Sempre andando para frente, no mesmo ritmo, compartilhando o que está no
caminho, afinal, não me importa muito o final da história, mas sim as coisas
que estamos vivendo durante todo esse trajeto...