sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Admirador Secreto



  Primeiro, gostaria de agradecer a Lara, minha norinha, pela inspiração. Espero que ela não tenha sido em vão.

  Estava sentado naquela árvore, dali tinha uma boa visão da janela da casa. A tarde estava ensolarada, o que a fazia ir até a janela para abri-lá. Pequenos instantes em que eu podia contempla-lá, meus olhos fixavam-se nela e tudo sumia, aqueles poucos segundos pareciam uma eternidade a passar, mas logo voltava a mim quando ela saia do meu campo de visão.
  Minha mão foi até a minha face, sentindo o rubor que a aquecia, a porta da casa se abriu e ela logo saiu, passando reto por mim. Não tive coragem de virar os olhos, talvez por medo que ela visse o meu olhar tão...apaixonado. Me aproximei e sentei embaixo da sua janela, olhando o horizonte que ela também olhava quando a abria, jurando sentir o perfume doce que o quarto dela tinha. Tirava um bloco do bolso e uma caneta.
  Ela chegava de noite, todo dia a sua porta havia uma carta. O conteúdo era algo que ela guardava para si, uma visão diferente, elogios que ela nunca tinha ouvido com um misto de doçura e delicadeza que a encantavam. Porém eram apenas as cartas que ficavam ali, não havia assinatura, não havia rastros da pessoa que a deixava. Imaginava quem poderia ser, como ele poderia ser, sabia apenas que com certeza se apaixonaria por pessoa tão doce.

  O dia seguinte logo chegou, um mês havia se passado nesse jogo. Ele nunca tinha coragem de contar quem era, mas sempre estava sentado sobre aquela árvore. Ela cansou de sonhar, então resolveu ver quem era a pessoa. Saiu de casa, passou pelo garoto, mas logo deu a volta no quarteirão, entrando pela porta dos fundos. Um misto de medo e ansiedade se apossaram dela, que ficou ali, atrás da porta, apenas esperando a carta chegar.
  Ele foi até a porta e deixou a carta, decidido que aquela era a última. Ele era sonhador, mas precisava tocar a vida para frente, era medroso demais para dizer o que escrevia, para mostrar-lhe a cara, para...Parou de pensar e virou as costas e quando foi caminhar, a porta da casa se abriu....

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