segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Escrever?


  Ah! Me sinto traído, traído por mim mesmo e pela minha mente. Por que ela resolveu simplesmente se acalmar quando meu coração está tão agitado? Eles se divorciaram, enquanto meu coração explode em meu peito, em lágrimas de súplicas para que eu o represente, minha mente a trapaceira. Completamente fria, ela simplesmente ignora o meu coração, tenta abafar os gritos dele com tamanha calmaria, assim como tentamos sorrir nos momentos ruins.
  Estou no meio de uma guerra entre dois lados que sempre se deram tão bem juntos. E me sinto o culpado por tamanha separação. Abusei de ambos num impulso caótico de querer idéias, numa abstinência absurda desse hobbie que cultivo. E minha mente foi a primeira a fazer o motim, a desistir de me dar idéias para colorir esse lugar, já meu coração sempre gostou do colorido, o consome como quem consome um doce e logo quer mais. E ele então implora a mim, então eu abuso da minha mente e isso se torna um ciclo vicioso.
  Mas hoje, quebrou-se o ciclo. Sobrou a folha branca e sem graça, as palavras frias desprovidas de qualquer fonte de calor. Sobrou o desconexo que são as palavras no meu coração como uma última cartada, uma última súplica para que a mente volte a ela. E que volte a ser racional o irracional e irracional o racional...

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