terça-feira, 7 de agosto de 2012

Trace



  Uma crônica com um pouco de verdade, com um pouco de ficção...
  Acordei e ainda estava escuro, não enxergava absolutamente nada. As mãos tocaram a parede fria e logo recuaram, num impulso por terem tocado algo tão oposto ao seu quente corpo. Mas as convenci a tatearem a parede fria em busca da iluminação.
  Os olhos ainda estavam fadigados, jurava ver um pequeno fio ligando o quarto a sala. Cego, segui o fio imaginário e descobri que ele não era assim tão imaginário. Fui invadido pelo seu perfume no meio do caminho, um rastro fraco que ficou sobre o corredor que ia aumentando enquanto eu caminhava em direção a sala. O coração palpitava, minhas mãos suavam, aquele perfume tinha todos os seus traços, despertavam todas as minhas memórias. Suor, gemidos, o calor as mãos tateando o seu corpo a respiração pesada e...
  Tudo para. Numa fração de segundo que durou séculos, banhada pelos raios de luz do raiar do dia, você ainda estava lá, com todos os seus traços que tanto lembrava e cravando rastros no meu apaixonado coração.

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