domingo, 29 de julho de 2012

Caçando Borboletas



Me sinto agora como um caçador de borboletas amador. Admirado pela beleza de tais criaturas, caça-as numa luta incessante, mas sem sucesso em capturá-las. Talvez porque as borboletas nasceram para serem livres ou simplesmente pelo ímpeto que o cega da técnica. Seja o que for, é uma caça sem sucesso.

E por que me sinto assim? Porque caço um sentimento que perdi. Há alguns dias acordei com o doce sentimento de você ao meu lado, ainda meus braços. Eles se lembravam bem do peso do seu corpo, do formato, meus olhos ainda estavam vidrados nos seus verdes e nada existia ao redor, apenas a figura doce e delicada do seu sono. Minha mão ainda treme ao tocar a sua face, com medo de acordá-la no processo.

Porém, tudo isso se foi ontem, a mente que tanto lembra, também traí. E me traiu de modo cruel, lembrou-me que você é uma borboleta, que voa livre pelo céu azul. Meus braços saudosos tentaram buscá-la, minha mente traída tentou resgatá-la. Mas algo me impedia, algo me dizia que as borboletas são belas por voarem livres e volto a ser apenas um admirador, esperando que eu possa acordar com a minha borboleta sobre os ombros ou melhor, torcer para que o seu voo cruze com o meu caminho e por apenas um momento, a borboleta esteja comigo, com o peso que meus braços ainda lembram, a cor que meus olhos recordam e o sabor que meus lábios não esqueceram.

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