sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vazio


Não nego que o tempo que fiquei sem escrever e as circunstâncias atuais me produzem uma certa ansiedade por escrever, mas penso que houve um estressor, um sonho tão forte que eu ainda acordei com resquícios reais do que foi mágico e imaginário. Sua cabeça te prega peças as vezes, não? E é tão irônico o destino que cá estou, sentindo o que uma amiga me disse: " Sonhar é bom, mas triste é acordar nessa realidade fria!"

E é esse sentimento que carrego, se antes eu adormeci e acordei com o calor em meu peito, agora encontra-se um imenso vazio que não sei como preencher. Porém sei os motivos disso tudo: Estou olhando para dentro de mim.

Quando mais eu olho para dentro de mim, mais eu me vejo como um monte de buracos, onde a luz passa e vê-se o outro lado, mas não se vê o que há dentro. Tento tapa-los num ímpeto furioso e impulsivo; e então percebo que me tornei um monte de remendos, costurados um no outro constituindo a grotesca figura que sou. Cabe a mim puxar o fio, que liga-me a todas essas costuras, mas tenho medo de perder até mesmo o meu estepe, que impede que as pessoas vejam através de mim, que prende o conteúdo imaginativo meu dentro de mim e o protege contra a luz fria que vem de fora.

Fecho os olhos, chegou a hora...sim...esse sou eu. Com os fios espero joga-los fora e não mais fazer marionetes, com os outros, comigo mesmo, com a minha vida que tornou-se uma falsa peça de teatro, onde eu sempre acho que sei o fim, mas ele me mostra que até mesmo os cálculos frios possuem erros e até mesmo as maiores certezas, são incertas. Então paro de brincar, para me render a mim mesmo e diferente do que Freud nos disse, não estou tirando eu de mim mesmo, mas me recolocando no lugar para que eu possa caminhar, nu, cru e quente, sem o medo de passar vexame ou ser vil, sem o medo de me julgarem e de me apontarem, afinal é por esses buracos que eu também enxergo a luz, no fim do caminho e no caminho que já percorri...

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